Servidor do câmpus Pelotas lançará obra sobre João Simões Lopes Neto
Servidor dedicou anos de estudo sobre João Simões Lopes
João Simões Lopes Neto é um dos mais respeitados autores do Rio Grande do Sul e um dos símbolos da história pelotense. Reconhecido em todo o país, tem sua história e obras estudadas por diversos leitores e pesquisadores. Um dos mais aficionados pela vida e obra de Simões Lopes Neto é Luís Artur Borges, servidor do IFSul/câmpus Pelotas que dedicou anos de estudos sobre o famoso escritor. Agora, Borges se prepara para lançar mais uma obra relacionada a este marco da cidade de Pelotas.
O primeiro livro, História, Resistência e Projeto em Simões Lopes Neto, lançado em 2001, foi fruto de um grupo de pesquisa sobre cultura que começou estudando a cultura do Rio Grande do Sul. Em meio aos estudos e pesquisas, a primeira obra foi se formando. Ao fim, o livro, criado por Borges, ao lado de Agemir Bavaresco, acabou vencendo o Prêmio Açorianos de Literatura em 2002.
De lá para cá mais livros foram lançados; Travessia do Pampa foi lançado em 2003, Quatro por 4, que abordava quatro autores regionais (Aldyr Schlee, Simões Lopes, Vitor Ramil e Lobo da Costa), veio em 2005 e Identidades Ameríndias em 2006. Em 2009, porém, veio o divisor de águas: sua dissertação de mestrado. Ao mergulhar na história de Simões Lopes Neto, Borges trouxe novas facetas do escritor. Mais do que autor de poesias e contos, Simões Lopes também era um educador, um homem que pensava e se preocupava com a educação do povo, sem as restrições impostas pelo preconceito a mulheres ou mestiços, como era chamada parte da população.
Dentre os achados, Borges descobriu dois livros didáticos escritos por Simões Lopes Neto. Um deles era sobre alfabetização e outro era um livro de leitura, composto por histórias que desfaziam estereótipos sociais. Além disso, Borges deparou-se com o fato de que o autor era a favor da simplificação ortográfica, à evolução linguística. Além disso, o ponto mais importante é a conclusão de que Simões era mais do que um escritor; “Ele era outras coisas”, salienta Borges.
Simões Lopes Neto fazia poesias, teatro, crônicas. As crônicas, aliás, estão sendo compiladas por Borges e provavelmente serão publicadas em 2016. Nestes textos, publicados em periódicos pelotenses na época, Simões destrinchava uma Pelotas com cara de metrópole – isso no longínquo ano de 1913. Aqui, o autor ainda afirmava ainda mais seu perfil engajado a causas sociais ao se infiltrar na periferia municipal e trazer personagens marginalizados ao centro do debate.
Antes disso, porém, Borges lança mais uma parte da Coleção Diga Vancê, que busca abordar autores e pesquisadores que se dedicaram aos estudos relacionados a João Simões Lopes Neto. Este novo fascículo, cujo lançamento está programado para a próxima edição da Feira do Livro, intitula-se Major Angelo Pires Moreira – Um Pioneiro da Pesquisa Simoniana, e traz à luz um dos maiores pesquisadores sobre Simões Lopes neto.
Borges ainda é um dos coordenadores de um projeto envolvendo o curso de Comunicação Visual, que está engajado na produção de capas originais para cada conto do famoso autor gaúcho. Os trabalhos dos alunos devem ser expostos até o fim do ano, no Instituto João Simões Lopes Neto.
Convite
Coroando todos estes anos dedicados ao autor, Borges, que também ocupa a cadeira 18 da Academia Pelotense de Letras desde novembro de 2013, receberá o prêmio Trezentas Onças, projeto instituído pelo Instituto João Simões Lopes Neto em 2005. O objetivo é reconhecer aqueles que lutaram, de uma forma ou outra, pela preservação da memória do reconhecido pelotense. O nome da honraria é uma homenagem direta a um dos mais conhecidos contos de Simões. O prêmio começou em 2005 e será entregue ao longo de cem anos, premiando três pessoas a cada ano. Em 2015, os homenageados são, além de Borges, Hilda Simões Lopes e Maria Luíza de Carvalho Armando. A entrega do prêmio acontece no dia 2 de julho, às 20h, no Instituo JSLN, rua Dom Pedro II, 810.
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